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quinta-feira, 25 de março de 2010

Recobrimento Radicular

Aviso Importante aos Leitores
O Blog “Saúde Periodontal, Periodontite e Gengivite” mantido pela Cirurgiã Dentista Thais Oliveira Gonçalves tem como finalidade esclarecer e educar a população sobre os assuntos Odontológicos de relevante interesse da coletividade. Não visamos autopromoção ou sensacionalismo, preservando a ética e o decoro da profissão, razão pela qual não fornecemos consulta, diagnóstico ou prescrição de tratamento, tampouco emitimos opinião sobre tratamento realizado por terceiros. Destacamos que a Odontologia é uma profissão que se exerce, em benefício da saúde do ser humano e da coletividade, sendo considerada como uma ciência de meios e não de resultado, uma vez que cada paciente possui particularidades que interferem diretamente na técnica empregada pelo Cirurgião Dentista e no sucesso do tratamento executado. Dessa forma, orientamos que havendo dúvidas sobre a sua saúde bucal ou quanto ao seu tratamento odontológico, que seja consultado o seu Cirurgião Dentista.


A queixa mais comum dos pacientes que sofrem de periodontite é a raiz exposta resultante da perda óssea. A expressão mais usadas pelos pacientes é “meu dente cresceu”. De fato o dente pode sair do osso alguns milímetros, o suficiente para ser percebido. Porém, mais frequentemente o osso e a gengiva que recobrem as raízes são destruídos pelo processo inflamatório da periodontite e assim a raiz é exposta. A essa sequela da doença periodontal damos o nome de retração gengival ou recessão gengival. Essa é uma condição esteticamente desfavorável principalmente quando afeta os incisivos e caninos superiores – os chamados “dentes da frente” na linguagem popular. Além do comprometimento estético, as raízes expostas podem ser mais sensíveis, pois não possuem a camada de esmalte encontrada na coroa dental.

Exitem algumas técnicas disponíveis para recobrir essas raízes expostas. A indicação de cada técnica depende da forma de tamanho da retração gengival. Nos casos em que foi afetada a região entre os dentes (as papilas dentais) pouco ou nada pode ser feito. O sucesso nesses casos raramente é alcançado. Porém quando houve perda óssea sem envolver as papilas, e que ainda foi preservada uma faixa razoável de gengiva, a técnica mais simples tem sucesso praticamente garantido. Entre esses dois extremos, cada caso traz um percentual mais ou menos previsível de sucesso. Como nós não podemos controlar a forma como o periodonto responderá, os critérios para eleger a melhor técnica devem ser atentamente obedecidos. Porém, antes de qualquer análise de elegibilidade é imprescindível, e talvez o mais importante de tudo, verificar se o paciente “merece” a cirurgia. Coloquei a palavra merece entre aspas porque é uma questão de mérito mesmo! O paciente que coopera com o tratamento aderindo ao programa de higiene proposto merece ser operado. Aquele que descuida da higiene e está sempre voltando com os dentes cobertos por placa não deve ser operado. Além do risco de infecção após a cirurgia, a retração ocorrerá novamente no paciente descuidado. Outro fator importantíssimo é a experiência do Cirurgião Dentista ou do Periodontista. Quanto mais criterioso for o profissional ao eleger o paciente, o dente e a técnica, maiores as chances de sucesso.

As técnicas mais comuns são REPOSICIONAMENTO CORONÁRIO DO RETALHO e REPOSICIONAMENTO CORONÁRIO DO RETALHO COM ENXERTO DE TECIDO CONJUNTIVO. Existem outras técnicas como RETALHO SEMILUNAR, PAPILA DUPLA e DESLIZE LATERAL DO RETALHO.

As técnicas de reposicionamento coronário, retalho semilunar, papila dupla e deslize lateral do retalho são indicadas quando o paciente tem tecido gengival adjacente à retração, sendo possível trazer esse tecido para recobrir a raiz exposta. Quando não há ou há apenas menos que 2 mm de gengiva adjacente a retração, indicamos o reposicionamento coronário do retalho com enxerto de tecido conjuntivo. O enxerto de tecido conjuntivo é obtido do palato (“céu da boca”) do próprio paciente, no momento da cirurgia. Geralmente, a cicatrização do palato é muito boa e muito rápida, em poucas semanas está completamente fechado, mas pode ocorrer necrose da região retardando a cicatrização e trazendo desconforto para o paciente.
Essas cirurgias também podem ser realizadas em pacientes com implantes dentais. Em alguns casos, a gengiva é muito fina e através dela é possível ver os implantes. Nesses casos, o enxerto de conjuntivo pode aumentar a espessura da gengiva e esconder melhor os implantes.

Se você tem retrações gengivais, converse com o seu Cirurgião Dentista ou com o seu Periodontista. Exponha o seu desejo de tentar recobrir as raízes expostas! A estética gengival é importantíssima para a harmonia do sorriso!

Na Odontologia, em todas as suas áreas (especialidades), existem inúmeras técnicas de tratamento que podem ser indicadas para o mesmo caso dependendo tão somente das condições de saúde bucal do paciente, diagnóstico do profissional e técnicas com que o mesmo trabalha.

2 comentários:

  1. Olá, gostaria de tirar uma dúvida. Caso a cirurgia ocorra bem, e o paciênte tenha os devidos cuidados tomados, o enxerto gengival durará para sempre, ou é temporário?

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  2. Olá! Bem vindo a blog e obrigada por participar!

    Digamos que na melhor das situações, onde o enxerto "pegou" perfeitamente, a tendência é que esse tecido amadureça e permaneça no local. Mas "durar para sempre" é algo que em biologia não é prudente afirmar!

    Um abraço,
    Thais

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